sábado, 16 de janeiro de 2016

OPINIÃO! «Os Segredos de Gray Mountain», de John Grisham

Os Segredos de Gray Mountain
Autor: John Grisham
Edição/reimpressão:2015
Páginas: 400
Editor: Bertrand Editora
ISBN: 9789722530439

Sinopse:
"Samantha Kofer tem uma promissora carreira numa grande firma de advogados de Wall Street, até que chega a recessão e ela é dispensada. Mas Samantha é uma das afortunadas. Oferecem-lhe a oportunidade de trabalhar pro bono numa organização de assistência jurídica durante um ano, ao fim do qual existe uma ligeiríssima oportunidade de ela recuperar o antigo emprego. 

Em poucos dias, Samantha sai de Manhattan para Brady, na Virgínia, 2200 pessoas como população, no coração dos Apalaches, um lugar que ela só conhece dos livros. Mattie Wyatt, responsável pela organização, está lá para a ensinar a «ajudar pessoas reais, com problemas reais». Pela primeira vez na vida, Samantha enfrenta uma sala de tribunal por dentro, é repreendida por um juiz e é alvo daa desconfiança da população, que não vê com bons olhos a presença ali de uma arrogante da grande cidade. E descobre que Brady, como todas as cidades pequenas, esconde grandes segredos.

O seu novo trabalho leva-a ao mundo perigoso das minas de carvão, onde a lei é violada, os regulamentos ignorados, as comunidades divididas e a própria terra está a ser atacada pela Big Coal. A violência está ao virar da esquina e dentro de semanas Samantha dá por si num litígio que acabará por se revelar fatal…"

Opinião:
A sinopse é bastante apelativa, mas acabei por verificar que Samantha não foi propriamente vista pela cidade como uma jovem convencida. Não concordo com essa descrição, não só pela atitude de aprendizagem e humildade em reconhecer que o trabalho que tinha na grande empresa de Advogados, não fazia dela uma Advogada a sério, como também, assumia que era uma mulher da cidade e por isso, as sócias do consultório jurídico deviam contar com a probabilidade de Samantha voltar para a grande cidade, após o estágio não remunerado de um ano.

Ao longo dos meses que esteve em Apalaches, Samantha aprendeu a dar valor à sua profissão e a lidar com casos reais! Sim, cada caso tinha pessoas de carne e osso que desesperadas por serem ajudadas e reconfortadas, recorriam aos serviços jurídicos de Mattie, Annete e Samantha.

Mattie, uma Advogada de sessenta anos, inteligente, sensata e corajosa demonstra uma força e um carácter magníficos.
Annete, igualmente inteligente, talvez se apresente um pouco mais rija, nunca foge a um confronto directo.

Parte importante deste thriller magnífico, é Donovan um Advogado de ferro, que enfrenta as maiores empresas de carvão, sempre consciente que tem muitos inimigos e que a sua cabeça está a prémio...Com um papel igualmente relevante, é Jeff, irmão de Donovan e que apesar de não ter terminado os estudos, trabalha com o irmão, principalmente quando é necessário "jogar sujo".

É aqui que começam os problemas para Samantha, quando a sua vida se cruza com estes dois irmãos  muda radicalmente, vivendo assustada e com vontade de voltar para a sua casa na cidade, onde talvez...não haja risco de ser misteriosamente encontrada morta em algum lado...

Não são apenas estas dúvidas que Samantha mantém ao logo da obra, porque apesar de querer manter uma vida pacata e monótona em Apalaches, certo é que se apegou àquelas pessoas que recorrem aos seus serviços e que confiam nela para defender os seus direitos e obter justiça no tribunal!

Como se trata de um thriler e apesar de existir algum romance na história, o final é um desfecho inteligente.

Boas Leituras!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

OPINIÃO! «As Flores de Lótus», de José Rodrigues dos Santos

As Flores de Lótus
Autor: José Rodrigues dos Santos
Edição/reimpressão: 2015
Páginas: 688
Editor: Gradiva
ISBN: 9789896166717

Sinopse:
"Pode uma ideia mudar o mundo?

O século XX nasce, e com ele germinam as sementes do autoritarismo. Da Europa à Ásia, as ondas de choque irão abalar a humanidade e atingir em cheio quatro famílias.

Inspirando-se em figuras históricas como Salazar e Mao Tse-tung, o novo romance de José Rodrigues dos Santos conduz o leitor numa viagem arrebatadora que nos leva de Lisboa a Tóquio, de Irkutsk a Changsha, do comunismo ao fascismo o que faz de As Flores de Lótus uma das mais ambiciosas obras da literatura portuguesa contemporânea."


Opinião:
Assim que soube da divulgação do novo livro de José Rodrigues dos Santos encomendei de imediato e guardei para uma época mais calma, como não poderia deixar de ser, as férias tão merecidas que se avizinhavam!

A leitura foi durante os dias após o Natal e assim que iniciei não larguei mais o livro. Todas as pausas eram momentos de leitura, quer fosse enquanto preparava o jantar ou a altas horas da noite quando era a única doida acordada... tornou-se impensável não devorar o livro até ao fim!


O enredo é muito bom, as quatro histórias são narradas por "alguém" que se encontra bastante doente e quiçá com poucos meses de vida, pelo que só "aparece" no início e depois no final como forma de explicar que terá que parar a narração, precisamente por se encontrar doente. Mesmo assim achei o final desta primeira parte, meio atabalhoado e inconclusivo.
Adorei especialmente a forma como descreve o professor Salazar e como incluiu as suas ideias numa conversa informal com o general Carmona e o capitão Artur.

Com um agrado surpreendente, despertou a minha atenção para a cultura japonesa e chinesa, ambas tão peculiares e difíceis de encarar ou entender, mas muito interessantes.

Comparo esta obra, um pouco à trilogia de Ken Follett, O Século. 
Foi um verdadeiro gosto ler As Flores de Lótus, que esteve bem perto da agradável obra do autor A Filha do Capitão!
A próxima obra é «O pavilhão púrpura», que não perderei por nada!


Boas Leituras!